Valores Éticos do Arcangelismo

Quando falamos em filosofia de vida, é natural buscarmos estabelecer alguns princípios que sirvam como parâmetros para tornarmos nossas vidas melhores.

Neste caso não estamos falando de regras e sim de valores gerais, dos quais alguns são comprovadamente benéficos a todos, haja visto seus resultados aplicados ao longo da história humana. Outros valores dizem respeito a novos e melhorados comportamentos que os Arcanjos vem incentivando nos últimos tempos, para que possamos evoluir consistentemente.

Esses valores que apresentamos foram transmitidos pelo Mestre Kamir para que possamos alcançar melhores patamares evolutivos, individuais e coletivos.

Eles são divididos em dois tipos: Três Fundamentos e Sete Princípios, cada um deles ligados a um Arcanjo.

Os Três Fundamentos descrevem alicerces imutáveis da Criação e devemos compreendê-los como ética aplicável a todo o universo, em quaisquer realidades.

E os Sete Princípios são um conjunto de virtudes possíveis de serem praticadas pelos seres humanos e que não variam com o tempo, pois tratam de questões anteriores e superiores à moral ou aos costumes de uma época, de uma sociedade ou de um indivíduo. Para aqueles que se afinizarem com esses valores, garantimos que, ao praticá-los, certamente serão conduzidos a um novo nível de clareza consciencial.

Então vamos analisar os Três Fundamentos ligados aos Arcanjos Mediadores Sandalphon, Raziel e Metatron.

1º Fundamento: Capacidade Individual

Regido pelo Arcanjo Metatron, esse fundamento ensina que o Criador Supremo gerou a cada um de nós com características únicas, para realizarmos um grande e específico propósito, nossa Missão Maior.

Não há em toda a Criação outro como você ou eu. Portanto, para realmente evoluirmos, devemos nos empenhar em nos conhecer e desenvolver nossas capacidades para, simultaneamente, nos realizarmos (sermos felizes) e realizarmos a nossa Missão, despertando a Divindade que existe dentro de nós e que somos nós mesmos.

2º Fundamento: Ressonância Coletiva

Regido pelo Arcanjo Raziel, esse fundamento ensina que todos nós fazemos parte de um enorme Sistema Divino no qual interagimos com o todo e o todo interage conosco. Somos diversos e a diversidade é uma regra no Universo.

Não obstante ao fato de nossa evolução depender impreterivelmente do desenvolvimento de nossas capacidades individuais, somos seres conectados energética e fisiologicamente uns aos outros.

Também está cada vez mais claro que temos conexões fortes com a natureza na qual habitamos, o planeta Terra. Isso nos torna parte de um grande organismo.

Sendo assim, podemos compreender que a nossa evolução é também coletiva, baseada na vivenciação daquilo que é diferente de nós e, por isso, devemos desenvolver uma consciência global integrativa, agindo com respeito, responsabilidade e harmonia.

3º Fundamento: Manifestação Produtiva

Regido pelo Arcanjo Sandalphon, esse fundamento ensina que os bons conceitos e inspirações devem ser somatizados, manifestados concretamente na matéria para que sejam colocados em prática e propiciem evolução individual e coletiva.

A encarnação, seja de um espírito ou de uma ideia, é um processo ao mesmo tempo divino e humano. Concretizar algo ou manifestá-lo na prática faz parte do funcionamento do universo.

Pode parecer paradoxal, mas aquele que afasta-se da realidade material, vivendo no mundo das ideias, não incorpora experiências de fato em sua consciência e necessitará reencarnar mais algumas vezes para compreender essa necessidade, de fato. Eis aqui o porquê da reencarnação.

Para evoluirmos é fundamental não fugirmos das experiências concretas do mundo físico, pelo contrário, tudo o que se vive aqui, guardamos para sempre em nossas consciências.

Esses três Fundamentos nos mostram a maneira pela qual a Energia da Manifestação se propaga, desde o Criador até a matéria. Essas são as três fases da manifestação, sejam de ideias ou de seres, tudo segue esta sequência. Entender e aplicar isso, é o segredo para a real fluidez e abundância em quaisquer planos.

Primeiramente, quando algo sai de Deus, vem como um conceito – o individual. A seguir, se multiplica em sucessivos desdobramentos, múltiplas possibilidades, inúmeros detalhes – o coletivo. Por fim, torna-se viável, compreensível, manifestado em forma e conteúdo, sólida – a manifestação.

O inverso é a segunda parte do nosso processo de iluminação, pois ao vivenciarmos uma experiência concreta – a manifestação – aderimos em nós, com o tempo, o amadurecimento necessário para admitirmos a multiplicidade – o coletivo. Respeitando e vivendo a diversidade, aprendemos mais sobre quem “eu sou” – o individual, o especial e completo.

Agora, vamos examinar os Sete Princípios, que estão ligados aos Sete Arcanjos Reguladores – Uriel, Zadkiel, Raphael, Gabriel, Miguel, Ezequiel e Haniel.

Cada um destes Princípios, são virtudes a serem cultivadas ao longo da vida para que o ser humano evolua consciencialmente.

1º Princípio: Equidade

Ligado ao Arcanjo Uriel, significa que devemos desenvolver um olhar elevado sobre a justiça e senso de equilíbrio das coisas, entendendo que todos devemos ter o direito a oportunidades iguais.

Devemos criar mecanismos para que todos possam melhorar suas vidas.

Portanto, devemos analisar as pessoas, coisas e situações sem ideias limitantes, pré-concebidas ou preconceituosas, sendo imparciais em nossos juízos, não condenando ou rotulando a nada e a ninguém sem que seja permitida a defesa, seja de ideias ou até mesmo da própria liberdade.

No popular existe a expressão “não julgar”, que aqui pode ser melhor expressada por “não condenar” sem que haja comprovação. Mesmo aquele que errou, apesar de necessitar de correção, também merece ter caminho para se redimir, se reformar e retomar sua vida.

2º Princípio: Lucidez

Ligado ao Arcanjo Zadkiel, significa que devemos desenvolver uma percepção clara, precisa e transparente sobre as coisas, sempre buscando a verdade, a essência que existe além da superfície.

Quanto melhor for a análise, melhor será a percepção e, consequentemente, mais profundo será o entendimento daquela lição que a vida está proporcionando.

E, para além do benefício pessoal, também haverão condições mais favoráveis para se tomar decisões e praticar ações mais acertadas, que contribuam significativamente para a sociedade.

A frase “conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” expressa bem o conceito deste princípio.

3º Princípio: Solidariedade

Ligado ao Arcanjo Raphael, significa que devemos desenvolver a sensibilidade de reconhecer o sofrimento alheio e colocar-se em movimento para auxiliar ao próximo, na medida do que nos for possível. 

Imbuídos de empatia, podemos nos colocar no lugar do outro e reconhecer sua condição desfavorável.

Assim que nos conectamos ao sofrimento alheio, podemos auxiliá-lo diretamente, ou até mesmo indiretamente, por meio de mecanismos que o auxiliem a resolver ou minorar os danos. Auxiliar ao próximo nos eleva em consciência, nos preenche e nos equilibra como humanos.

A frase “Solidariedade é o amor em movimento”, de Dona Guiomar de Oliveira Albanesi, expressa ao coração o significado desse princípio.

4º Princípio: Universalismo

Ligado ao Arcanjo Gabriel, significa que devemos desenvolver uma visão global, ampla e respeitosa sobre a pluralidade das manifestações religiosas e espiritualistas, e não somente uma postura de tolerância.

Deus não tem religião, mas é certo que nós humanos necessitamos de parâmetros a cada passo do desenvolvimento de nossa consciência.

Assim, o buscador verdadeiro de uma fé transcedental deverá manter a mente aberta, com uma perspectiva ecumênica, sabendo que encontrará as verdades divinas em vários lugares e criará a sua própria, bastando filtrar o que lhe parece coerente.

Como diria o pensador popular “Deus não tem religião, mas está em todas elas e até fora delas”.

5º Princípio: Dignidade

Ligado ao Arcanjo Miguel, significa que devemos desenvolver o senso de honestidade, de hombridade e de dever, ao mesmo tempo que demonstra o seu valor, respeito e nobreza.

A honra de uma pessoa está ligada ao seu comportamento consigo mesmo e com os outros, em outras palavras, ao seu caráter.

Transmitir confiança e dar-se ao respeito, demonstrando o valor e fazendo o que é certo, tão somente pelo fato de ser certo, mesmo que não se obtenha um imediato retorno positivo.

A expressão “minha palavra basta” exemplifica esse conceito. Devemos cultivar essa postura, pois ela é confirmada como uma virtude necessária.

6º Princípio: Benevolência

Ligado ao Arcanjo Ezequiel, significa que devemos desenvolver a prática do bem, de maneira que nossas ações gerem benefícios a todos que forem alcançados.

A fraternidade, e como atualmente também utilizamos o termo sororidade, demonstram a essência de “ser” um ser humano, ter humanidade.

Ao praticarmos a benevolência, naturalmente transformaremos essa postura em hábito, realizando aquilo que é bom, proveitoso, sincero, sensível e educado, em todos os lugares, e seremos conduzidos pela espiritualidade superior para onde formos necessários.

Popularmente diz-se que devemos “fazer o bem sem olhar a quem” e isso é uma realidade energética apoiada pelos Arcanjos.

7º Princípio: Liberdade

Ligado ao Arcanjo Haniel, significa que devemos desenvolver o nosso senso de autonomia e espontaneidade. Cada um de nós deve agir por seu próprio arbítrio, sem com isso prejudicar determinantemente a ninguém.

Liberdade e responsabilidade são as duas faces da mesma moeda. Gozar iniciativa de ação por seus próprios ideais e conscientemente assumir a responsabilidade sobre seus atos, tanto do ponto de vista físico quanto espiritual, independentemente das ações darem certo ou errado, demonstra amadurecimento.

Ser livre é um direito e o exercício dele fortalece o amadurecimento da nossa consciência.

No pensamento de Simone de Beauvoir: “O homem é livre; mas ele encontra a lei na sua própria liberdade”.

Assim, oferecemos à reflexão de cada leitor esses dez valores, que se configuram como parâmetros éticos ensinados pelos Mestres do Arcangelismo, que mais adiante, na parte destinada à ciência-esotérica, serão melhor apresentados.

De nossa parte, buscamos pautar nossas ações e posturas cotidianas nesses verdadeiros diamantes da sabedoria multidimensional, com resultados incrivelmente satisfatórios, que nos oferta paz de espírito, conduta positiva e resultados concretos.

Finalizamos aqui a primeira parte desta obra. Na segunda parte abordaremos alguns aspectos mais práticos quanto aos benefícios das Mandalas dos Arcanjos, por meio da Arcanjoterapia.


Apresentação

O Arcangelismo

Introdução

PARTE 1 -FILOSOFIA DE VIDA

Propósito de Vida

Como descobrir o seu Propósito de Vida

Missão Maior

Religião, Religiosidade e Fé

Valores Éticos do Arcangelismo

PARTE 2 – TERAPÊUTICA… (continua)

PARTE 3 – CIÊNCIA ESOTÉRICA… (continua)